Rematamos a publicación de caligramas dedicados a Calero cos poemas E agora som um velho patrom, Rosalía e Pido talvez, que serviron de inspiración para as poesías visuais do alumnado do IES Illa de Ons.
E agora som um velho patrom
E agora som um velho patrom que
se senta ao sol no banco de um passeio.
A minha vida fica atrás. Foi minha?
Quem fum outrora?
Fum eu -este que agora som- aquele
que estes mesmos carreiros transitava
um tempo perseguindo a borboleta
ilusória do amor, e neste mesmo
banco torrava o coraçom, ao sol
do rosto de umha forma feminina,
já nom sei qual, ao meu carom sentada?
A minha boca que articula agora
um monológico silêncio, é
aquela que sabia dialogar
consoante a gramática perdida?
Nem apego me fica ao que onte fum,
nem ao que onte regia o meu falar
e o concertava com o falar seu.
Nacim já velho neste banco ao sol,
e aquel que outrora fum morreu em mim,
e sinto-o como um outro
que nom herdei, pois nada tenho del.
Mocidade nom tivem; som um velho
de poucos anos, que nacim assi.
Apócrifa é a história
com que alguns me encadeiam
às alegres tristezas de um passado
de harmonioso furor primaveral.
Sentado neste banco, tam só espero
que de mim mesmo brote o sono. Aquela
moça que se detém perante mim
—talvez onte ao meu lado se sentava—,
estorva-me hoje, e a seguir convido-a
a sua via, pois furta-me o sol.
Breixo Parada - 3º ESO A
Rosalía
Foches unha mociña, viva chama,
que se queimóu no lume decotío.
Como a Brunilda, arrodeóute un valo
de herdados fogos, língoas de outro esprito.
Ningún Sigfrido liberóute. Virxe,
a ti mesma aluméacheste Sigfrido.
E saíches da Islandia do teu sono,
pra unha Worms sen coroa e sen marido.
Pura, no teu castelo solitario
ollache o ceo, enxergache o abismo,
veados os retratos familiares,
as cartas sen abrir, pechos os libros.
Como unha nube, pois, como unha brétema,
como un arcanxo ou como un asubío,
chegóu a ti o Segredo, unha aza branca
e outra moura. Dixécheslle: «Benvido».
Ninguén cho presentóu. Ti o percuraches.
O que dos outros tiñas deprendido,
esquecido ficóu. SÓ xa o diálogo
co enigmático Hóspede sostido 13.
Enara Ferradás - 1º ESO B
Pido talvez
Pido talvez o que nom podes dar-me.
O que talvez ninguém
pode dar-me. Isso pido.
Mas se tenho necessidade
desse alimento, pouco consolo é
para a minha fame que tal grao
nom se dê nas estepas desta terra.
Pede-lhe a quem me pujo neste mundo
o pam que deveu pôr-me baixo o braço
cando nacim.
Umha liçom de geografia económica
nom é farinha para o coraçom.
Leire Otero - 1º ESO A